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segunda-feira, 19 de março de 2012

Pré-candidatos à prefeitura do Rio miram em voto evangélico

Ao contrário das últimas eleições, pleito este ano não terá representante de igrejas na disputa



Sem representantes de igrejas como cabeças de chapa, pré-candidatos à prefeitura do Rio já montam estratégia para conseguir voto evangélico
Foto: Montagem

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sem representantes de igrejas como cabeças de chapa, pré-candidatos à prefeitura do Rio já montam estratégia para conseguir voto evangélico Montagem
RIO - A eleição para a prefeitura do Rio este ano vai contar com um ingrediente raro na corrida pelo Executivo municipal: a ausência de um candidato evangélico entre os principais cabeças de chapa. A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), em 1992 e 2000, e o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), em 2004 e 2008, desempenharam este papel. De olho neste eleitor, aqueles que já foram escolhidos por seus partidos para entrar na disputa montaram estratégias.
Em busca da reeleição, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) encontrou em seu amplo arco de alianças os apoios necessários para o diálogo com as igrejas evangélicas. Um dos 15 partidos que integram a coligação, o PRB de Crivella, agora ministro da Pesca no governo Dilma, é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.
Também aliado do peemedebista, o PSD conta com um time de grande influência neste segmento religioso. Entre os quadros da sigla estão os deputados estaduais Samuel Malafaia (ex-PR) — irmão do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo — e Marcos Soares (ex-PDT) — filho do pastor R. R. Soares, da Igreja Internacional da Graça. O partido tem ainda o deputado estadual Fábio Silva (ex-PR) — filho do empresário Francisco Silva, dono da Rádio Melodia, uma das maiores na área gospel — e o deputado federal Arolde de Oliveira (ex-DEM), dono da Rádio El Shaddai.
— Na medida em que não há um evangélico como candidato, os apoios serão determinantes, e o prefeito tem apoios que considero fundamentais — diz o presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani.
Conquistar apoios que tenham inserção entre evangélicos também é a tática do deputado estadual Marcelo Freixo, pré-candidato do PSOL. Para isso, o socialista diz manter conversas com a ex-senadora Marina Silva, candidata derrotada à Presidência em 2010.
— Tem um elemento importante, que é a possibilidade de a Marina nos apoiar. Ela pode trazer um diálogo interessante neste setor para a gente — afirma Freixo, que também pretende ressaltar sua atuação na área de direitos humanos.
Já o deputado federal Rodrigo Maia (DEM) vai apostar na vice, a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR), como interlocutora com o público evangélico. O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), ex-governador e pai de Clarissa, é outra carta na manga para o contato estes eleitores. Além disso, a coligação pretende reforçar valores que ajudem na identificação com os mais religiosos.
— Nós somos um partido liberal na economia e conservador nos valores. Vamos continuar defendendo o que sempre defendemos — avisa Rodrigo.
Ressaltar feitos do passado que agradem ao setor religioso também será o foco de Otavio Leite (PSDB):
— Os templos no Rio têm isenção de imposto em função de uma proposta minha como vereador. Vou dizer para os evangélicos que votei contra a bebida alcoólica nos estádios.
Na análise do cientista político Cesar Romero Jacob, autor do “Atlas da Filiação Religiosa”, os pré-candidatos evitarão colocar a questão religiosa no centro do debate, porque sabem que podem podem atrair rejeição de outros setores.
— Se você vai para a campanha, isso (o fato de se vender como o candidato de uma religião) não soma, mas subtrai — disse Romero Jacob.
Segundo o cientista político, não se pode precisar o número de eleitores evangélicos no Rio porque o Tribunal Regional Eleitoral não tem cadastro com este tipo de informação. Mas, dados do Censo de 2000 mostram que 11,3% da população da capital, de quase seis milhões à época, incluindo crianças e idosos, eram dos chamados evangélicos pentecostais, como os Igreja Universal e da Assembleia de Deus. Outros 5% eram dos chamados evangélicos históricos, como os os presbiterianos, luteranos e metodistas.
Ainda não há dados sobre religião do Censo 2010, previstos para serem divulgados em setembro deste ano.

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